sábado, 9 de outubro de 2010

O silêncio



Ultimamente tenho pensado muito no silêncio. Talvez porque eu more na esquina mais movimentada da cidade: ônibus chegam, ônibus vão, shopping, escolas, etc... E como o silêncio faz falta! Um instante para ouvir a própria respiração ou como diria Homer Simpson “só pra poder ouvir o que estou pensando.”

Estou participando de oficina de formação de professores de música, na Presto, e outro dia tínhamos que realizar uma atividade com o grupo. Todos preocupadíssimos pensando em músicas, som, e pensei: alguém lembrará do silêncio?

O que seria da música sem o silêncio? Um emaranhado de sons desorganizados, atropelados por eles mesmos e por outros sons. Pense um pouco: o silêncio organiza, prepara, atenta! “O silêncio é a característica mais cheia de possibilidades da música”, diz Murray Schafer.

Mas ele realmente existe? John Cage dentro de uma câmara anecóica (à prova de som) disse ouvir dois sons: um grave, da sua circulação sanguínea, e um agudo, do seu sistema nervoso em funcionamento.

Se mesmo no mais profundo silêncio ainda ouvimos, então o que chamamos de silêncio é simplesmente a menor quantidade de sons que percebemos e ouvimos. A menor quantidade de sons que chegam até nós. ,

Somos rodeados e bombardeados de som a tempo todo. Os ouvidos são totalmente vulneráveis. Feche os olhos e não verá mais nada, mas tente fechar seus ouvidos. Você ainda ouvirá!

Agora faça outro exercício: onde você estiver, pare por um minuto e apenas ouça. Preste atenção aos sons que lhe cercam. Perceba sons que normalmente passam despercebidos. Quanta informação nos chega!

Música é como uma conversa: há momentos de falar, momentos de calar, momentos de concordar, motins, discussões, ... Às vezes, você deve ficar quieto e escutar o que o outro diz.

bjs

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